sexta-feira, 12 de junho de 2009

Freestyle #2

Gostei mais da nova edição da Freestyle que do primeiro número, bastante menos completo a nível de conteúdos. Há já algum tempo que não folheava uma revista com tanta vontade e rapidez.

Por outro lado, parece-me claro que a direcção/redacção "fixa" (por assim dizer), parcialmente ou na sua totalidade, é constituída por outsiders (posso estar errado). Tecnicamente falando, é praticado um bom jornalismo mas é notória uma certa superficialidade nas ideias. Todas as entrevistas me despertaram interesse, sem excepção, a maior parte delas porque os visados souberam contornar a banalidade das perguntas e responder de forma cativante.

Não tenho nada contra os senhores em si, muito pelo contrário, até porque a lista de colaboradores é extensa e complementa o trabalho directivo, também ele necessário. Claro que se corre o risco de tentar desmistificar a questão "underground vs. comercial" e, ainda assim, referi-la sistematicamente em entrevistas, editoriais e até na capa (da qual não gostei particularmente, apesar da ideia ser boa). Ignorar uma polémica é o melhor caminho para acabar com ela, postura completamente oposta à da Freestyle.

Como eu também sei dizer bem, é de louvar o facto da revista reflectir em várias das suas secções o enorme crescimento de que o street rap tem sido alvo em Portugal. O público quer, tal como demonstra o top do myspace Urban Sounds, a revista dá.

A própria expansão do street rap é merecedora de nota. Cada vez há mais e melhores artistas (depois de vários anos em que o Chullage foi dos poucos bons representantes do estilo) e a/o Hip Hop Sou Eu enquanto editora, programa de rádio e promotora de eventos tem desempenhado um papel exemplar. Este é um boom que se deve não só à oferta mas também à procura; aposto que são muitas as pessoas, com as quais acabo por concordar, que estão fartas de todo este rap demasiado artificial e, acima de tudo, metodizado de hoje em dia e que cada vez dão mais valor à sonoridade clássica, crua e à realness (parece treta, eu sei). À música criada instintivamente, não em laboratório. Desde que bem feita, claro.

Sem comentários: